Bem-aventurado aquele que lê, e os que ouvem as palavras desta profecia, e guardam as coisas que nela estão escritas porque o tempo está próximo. Apocalipse 1.3.
DEPOIS de nos despedirmos, navegamos direto para Cós. No outro dia alcançamos Rodes, e então fomos para Pátara.
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Ali tomamos um navio que estava partindo para a província síria da Fenícia.
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Ao avistarmos a ilha de Chipre, passamos por ela à nossa esquerda e aportamos em Tiro, na Síria, onde o navio descarregou.
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Descemos em terra, procuramos os crentes do lugar, e ficamos com eles uma semana. Estes discípulos avisaram a Paulo - o Espírito Santo profetizava por meio deles - que não seguisse para Jerusalém.
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No fim da semana, quando voltamos para o navio, a igreja inteira, com as esposas e filhos, desceu conosco à praia, onde nós oramos e fizemos as nossas despedidas.
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Então fomos para bordo e eles voltaram para casa.
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A escala seguinte depois de deixarmos Tiro foi Ptolemaida, onde cumprimenta-mos os crentes, mas só ficamos um dia.
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Dali prosseguimos para Cesaréia, onde ficamos na casa do evangelista Filipe, um dos primeiros sete diáconos.
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Ele tinha quatro filhas solteiras que possuíam o dom da profecia.
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Durante a nossa permanência de diversos dias, um homem chamado Ágabo, que também tinha o dom da profecia, chegou da Judéia
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e nos visitou. Ágabo tomou o cinto de Paulo, amarrou com ele os próprios pés e as mãos, e disse: "O Espírito Santo afirma: 'Assim o dono deste cinto será amarrado pelos judeus de Jerusalém e entregue aos romanos'".
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Ao ouvir isto, todos nós - os cristãos do lugar e os companheiros dele de viagem suplicávamos a Paulo que não seguisse para Jerusalém.
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Porém ele disse: 'Por que esse choro todo? Vocês me estão despedaçando o coração! Pois eu estou pronto não somente a ser preso em Jerusalém, mas também a morrer por causa do Senhor Jesus!'
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Quando se tornou evidente que não podíamos fazer Paulo mudar de opinião, desistimos e dissemos: "Seja feita a vontade do Senhor".
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Logo depois disto, arrumamos a nossa bagagem e partimos para Jerusalém.
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Alguns discípulos de Cesaréia nos acompanharam, e ao chegar nos hospedamos na casa de Mnasom, nascido em Chipre, um dos crentes antigos;
Paulo Faz uma Visita a Tiago
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e todos os crentes de Jerusalém nos receberam com muito prazer.
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No segundo dia Paulo nos levou com ele para nos encontrarmos com Tiago e os líderes da igreja de Jerusalém.
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Depois que nos cumprimentamos, Paulo contou as muitas coisas que Deus havia realizado entre os não-judeus por meio do trabalho dele.
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Eles deram glória a Deus, mas depois disseram: "Você sabe, querido irmão, quantos milhares de judeus também creram, e todos eles insistem muito em que os cristãos judeus devem continuar a seguir as tradições e os costumes judaicos".
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"Os nossos cristãos judeus aqui de Jerusalém foram informados de que você é contrário às leis de Moisés, e aos nossos costumes judaicos, e proíbe a circuncisão dos filhos deles".
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"Que se pode fazer agora? Porque é certo que eles saberão que você chegou".
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"Nós sugerimos o seguinte: Temos aqui quatro homens que estão se preparando para rapar a cabeça e fazer alguns votos voluntários".
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"Vá com eles ao templo, mande rapar a sua própria cabeça também - e pague para que eles rapem. Assim todo mundo saberá que você aprova este costume para os cristãos hebreus, e que você mesmo obedece às leis judaicas e está de acordo com a nossa maneira de pensar nestes assuntos".
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"Quanto aos cristãos estrangeiros, não estamos pedindo de modo nenhum que sigam estes costumes judaicos - a não ser aqueles pontos sobre os quais já escrevemos a eles: não comer alimento oferecido aos ídolos, não comer carne de animais estrangulados sem sangrar, e não praticar a fornicação".
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Diante disto Paulo concordou com a exigência deles, e no outro dia foi com os homens ao templo para a cerimônia, tornando público por esta forma o seu voto de oferecer, juntamente com os outros, um sacrifício sete dias depois. Quase já tinham passado os sete dias, quando uns judeus da Turquia viram Paulo no templo e levantaram um motim contra ele. Agarraram-no
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gritando: "Homem de Israel! Acudam! Acudam! Este é o homem que prega contra o nosso povo e diz a todo mundo que não obedeça às leis judaicas. Ele não respeita nem o templo, pois traz gente que não pode entrar nele".
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(Porque antes eles tinham visto Paulo, na cidade com Trófimo, estrangeiro de Éfeso, da Turquia, e pensaram que Paulo tinha levado Trófimo para dentro do templo).
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Toda a população da cidade ficou alvoroçada com estas acusações e se formou logo uma grande confusão. Arrastaram Paulo para fora do templo, e imediatamente os portões foram fechados atrás dele.
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Quando procuravam matar Paulo, chegou ao comandante da guarnição romana a notícia de que toda a Jerusalém estava em confusão.
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Ele mandou sair apressadamente os soldados e os oficiais, e correu para o meio da multidão. Quando o povo viu as tropas chegando, deixaram de bater em Paulo.
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O comandante o prendeu e mandou que o amarrassem com duas correntes. Então perguntou à multidão quem era ele, e o que tinha feito.
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Uns gritavam uma coisa e outros gritavam outra. Quando ele viu que não conseguia nada em toda aquela confusão, mandou que levassem Paulo para uma fortaleza.
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Quando eles chegaram às escadarias, a multidão havia-se tornado tão violenta que os soldados levantaram Paulo nos ombros, para protegê-lo
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e a multidão ia atrás gritando: "Fora com ele, fora com ele!"
Paulo Fala para a Multidão
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Quando Paulo estava para ser posto para dentro da fortaleza, disse ao comandante: "Posso dar uma palavra ao senhor?" "Você sabe grego?" perguntou o comandante, surpreso. "Você não é aquele egípcio que chefiou uma rebelião, há poucos anos, e levou com ele ao deserto 4.000 membros dos Assassinos?"
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"Não", respondeu Paulo; "eu sou judeu de Tarso da Cilícia, que não é uma cidade pequena. Peço permissão para falar a esta gente".
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O comandante concordou; então Paulo ficou de pé nas escadarias, e fez sinal ao povo para que ficasse quieto; logo um profundo silêncio dominou a multidão, e ele falou em hebraico, dizendo o seguinte: