Blessed is he that readeth, and they that hear the words of the prophecy, and keep the things that are written therein: for the time is at hand. Revelation 1.3.
Outra vez começou a ensinar à beira do mar. E reuniu-se a ele tão grande multidão que ele entrou num barco e sentou-se nele, sobre o mar e todo o povo estava em terra junto do mar.
2
Então lhes ensinava muitas coisas por parábolas, e lhes dizia no seu ensino:
3
Ouvi: Eis que o semeador saiu a semear
4
e aconteceu que, quando semeava, uma parte da semente caiu à beira do caminho, e vieram as aves e a comeram.
5
Outra caiu no solo pedregoso, onde não havia muita terra: e logo nasceu, porque não tinha terra profunda
6
mas, saindo o sol, queimou-se e, porque não tinha raiz, secou-se.
7
E outra caiu entre espinhos e cresceram os espinhos, e a sufocaram e não deu fruto.
8
Mas outras caíram em boa terra e, vingando e crescendo, davam fruto e um grão produzia trinta, outro sessenta, e outro cem.
9
E disse-lhes: Quem tem ouvidos para ouvir, ouça.
10
Quando se achou só, os que estavam ao redor dele, com os doze, interrogaram-no acerca da parábola.
11
E ele lhes disse: A vós é confiado o mistério do reino de Deus, mas aos de fora tudo se lhes diz por parábolas
12
para que vendo, vejam, e não percebam e ouvindo, ouçam, e não entendam para que não se convertam e sejam perdoados.
13
Disse-lhes ainda: Não percebeis esta parábola? como pois entendereis todas as parábolas?
14
O semeador semeia a palavra.
15
E os que estão junto do caminho são aqueles em quem a palavra é semeada mas, tendo-a eles ouvido, vem logo Satanás e tira a palavra que neles foi semeada.
16
Do mesmo modo, aqueles que foram semeados nos lugares pedregosos são os que, ouvindo a palavra, imediatamente com alegria a recebem
17
mas não têm raiz em si mesmos, antes são de pouca duração depois, sobrevindo tribulação ou perseguição por causa da palavra, logo se escandalizam.
18
Outros ainda são aqueles que foram semeados entre os espinhos estes são os que ouvem a palavra
19
mas os cuidados do mundo, a sedução das riquezas e a cobiça doutras coisas, entrando, sufocam a palavra, e ela fica infrutífera.
20
Aqueles outros que foram semeados em boa terra são os que ouvem a palavra e a recebem, e dão fruto, a trinta, a sessenta, e a cem, por um.
21
Disse-lhes mais: Vem porventura a candeia para se meter debaixo do alqueire, ou debaixo da cama? não é antes para se colocar no velador?
22
Porque nada está encoberto senão para ser manifesto e nada foi escondido senão para vir à luz.
23
Se alguém tem ouvidos para ouvir, ouça.
24
Também lhes disse: Atendei ao que ouvis. Com a medida com que medis vos medirão a vós, e ainda se vos acrescentará.
25
Pois ao que tem, ser-lhe-á dado e ao que não tem, até aquilo que tem ser-lhe-á tirado.
26
Disse também: O reino de Deus é assim como se um homem lançasse semente à terra,
27
e dormisse e se levantasse de noite e de dia, e a semente brotasse e crescesse, sem ele saber como.
28
A terra por si mesma produz fruto, primeiro a erva, depois a espiga, e por último o grão cheio na espiga.
29
Mas assim que o fruto amadurecer, logo lhe mete a foice, porque é chegada a ceifa.
30
Disse ainda: A que assemelharemos o reino de Deus? ou com que parábola o representaremos?
31
É como um grão de mostarda que, quando se semeia, é a menor de todas as sementes que há na terra
32
mas, tendo sido semeado, cresce e faz-se a maior de todas as hortaliças e cria grandes ramos, de tal modo que as aves do céu podem aninhar-se à sua sombra.
33
E com muitas parábolas tais lhes dirigia a palavra, conforme podiam compreender.
34
E sem parábola não lhes falava mas em particular explicava tudo a seus discípulos.
35
Naquele dia, quando já era tarde, disse-lhes: Passemos para o outro lado.
36
E eles, deixando a multidão, o levaram consigo, assim como estava, no barco e havia com ele também outros barcos.
37
E se levantou grande tempestade de vento, e as ondas batiam dentro do barco, de modo que já se enchia.
38
Ele, porém, estava na popa dormindo sobre a almofada e despertaram-no, e lhe perguntaram: Mestre, não se te dá que pereçamos?
39
E ele, levantando-se, repreendeu o vento, e disse ao mar: Cala-te, aquieta-te. E cessou o vento, e fez-se grande bonança.
40
Então lhes perguntou: Por que sois assim tímidos? Ainda não tendes fé?
41
Encheram-se de grande temor, e diziam uns aos outros: Quem, porventura, é este, que até o vento e o mar lhe obedecem?